As tendências de marketing
digital para o fim deste ano e para 2023, apontam para um futuro de boas
oportunidades.
São novas tecnologias, mudanças no mercado publicitário,
questões sociais e ambientais (que ainda não resolvemos) e até um novo universo
para explorarmos — o metaverso.
2022 é ano de Copa do
Mundo e Eleições, que prometem
movimentar as redes sociais como nunca.
É o ano em que esperamos superar a pandemia de corona vírus,
embora o cenário ainda seja tão imprevisível.
Também é ano de acompanhar o que as tecnologias de dados, inteligência artificial e do tão falado metaverso vão trazer para nós.
Os próximos meses devem trazer muitas mudanças, e nós vamos acompanhar por aqui.
Quem trabalha com marketing digital sabe como é importante analisar o que aconteceu nos últimos tempos e entender o que vem por aí. Por isso, vamos analisar agora, as 5 primeiras tendências para o marketing digital, para saber como se preparar melhor para elas.
São elas:
1. Experiências
híbridas
2020 foi ano de pandemia e distanciamento social. 2021 nos
assustou com picos de casos e mortes, mas a vacinação trouxe alívio e
esperança. E 2022, como vai ser?
O cenário ainda é instável. Nem mesmo os cientistas podem
apontar como vão ser os próximos meses. Mas já vivenciamos um arrefecimento da
pandemia, que nos permite ter uma vida mais próxima do que tínhamos antes de
março de 2020.
Nessa retomada, as experiências
híbridas — que mesclam atividades presenciais e remotas — vão ajudar as
pessoas a enfrentar a realidade.
De acordo com levantamento da Deloitte, 75% dos executivos globais pretendem investir mais em experiências híbridas nos próximos anos,
motivados pelas possibilidades de personalização, inovação, conexão com o
cliente e inclusão.
Tudo isso, porém, exige investimentos em infraestrutura que
ainda são um desafio, principalmente para as pequenas empresas.
É muito provável que
muitas dessas experiências se mantenham
mesmo depois que a pandemia for superada. Afinal, o coronavírus impôs novos
hábitos à sociedade, que já se incorporaram ao dia a dia, e acelerou a transformação digital das
empresas, que era apenas questão de tempo.
Nas empresas, o modelo de trabalho híbrido já vem sendo adotado. Em pesquisa realizada pelo Google entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a maioria (46%) das empresas brasileiras respondeu que já estava utilizando o formato híbrido. Em geral, os profissionais veem esse formato com entusiasmo (51%) e confiança (47%).
No marketing, os eventos híbridos, realizados presencialmente e transmitidos online, também devem ser uma tendência.
Dessa forma, eles podem abranger participantes de outras cidades ou que ainda não se sentem à vontade de estar em eventos presenciais.
Entre as experiências híbridas, é possível pensar também nas operações omnichannel (A conecção do online com o offline). A possibilidade, por exemplo, de comprar um produto no e-commerce e retirar na loja física em menos de 1h já é uma realidade. E esse tipo de experiência deve ser aprimorada em 2022 para atender melhor o consumidor da era digital e pós-pandemia.
2. Adaptação à era sem cookies
Ao longo de 2021, este assunto tomou as discussões do mercado digital: o fim da era dos cookies de terceiros.
O impacto maior foi no momento do anúncio dessa medida pelo Google Chrome, mas a Apple e outros navegadores já estão também seguindo nessa linha.
Ainda era janeiro de 2020 quando o Google anunciou que esses dados não estariam mais disponíveis para as empresas, em um processo gradual que terminaria em 2022. Neste ano, o Google já anunciou que esse processo vai até 2023, o que propicia mais tempo para discutir as melhores soluções.
Mas você sabe por que essa medida afeta o marketing digital?
São os cookies de terceiros que sustentam o modelo gratuito de internet que temos hoje. Empresas como Google e Facebook captam os dados dos usuários para oferecê-los aos anunciantes, que assim podem conhecer melhor seus consumidores e segmentar e personalizar suas estratégias de marketing e publicidade.
A preocupação do Google e outros importantes players do mercado digital é com a privacidade dos usuários.
Escândalos como o Cambridge Analytica acentuaram as preocupações com a proteção de dados pessoais, que podem acabar sendo usados de maneira indevida.
É também nesse cenário que surgem as leis de proteção de dados pessoais, como a LGPD no Brasil. A nova legislação entrou em vigor em 2021 e exigiu uma adaptação dos agentes públicos e privados para definir suas políticas e práticas de privacidade de dados.
Portanto, o ano de 2022 tende a gerar ainda muitos debates sobre como superar o fim dos cookies de terceiros e trabalhar com dados de usuários de maneira segura e transparente.
A partir de agora, os profissionais de marketing devem focar na
coleta de dados first-party, ou seja, que são coletados por eles mesmos
diretamente com os usuários. De acordo com pesquisa da Deloitte, 61% das
empresas de alto crescimento estão mudando para uma estratégia de dados
primária.
Criar relações próximas e diretas com os consumidores provavelmente é a melhor saída para lidar com um “cookieless future”, embora o mercado ainda tenha muito a discutir sobre esse assunto em 2022.
3. Conteúdo baseado em dados
As discussões sobre o uso de dados estão aquecidas,
especialmente pensando em proteção e privacidade. Mas isso não
quer dizer que o big data vai deixar de existir ou que a inteligência de
negócios vai deixar de olhar para infinidade de dados sobre usuários e
consumidores.
No marketing de conteúdo, deve trazer o
desafio de incorporar os dados à produção de conteúdos, de maneira que eles
sejam mais informativos e relevantes.
Para isso, é preciso deixar para trás a era
da produção frenética de posts e e-books. A descoberta do poder do marketing
de conteúdo em engajar os consumidores e gerar mais visibilidade para
empresas — especialmente na busca orgânica do Google — levou muitas
marcas a criar materiais superficiais, sem qualquer relevância.
A internet ficou cheia desse tipo de publicação.
Agora, o conteúdo que vai se destacar em 2022 é
aquele que for produzido com embasamento, a partir de análises e
exemplos da realidade. Então, é preciso reduzir o ritmo de produção e focar na
qualidade.
De acordo com uma pesquisa do Content Marketing
Institute (CMI), 74% das empresas B2B entrevistadas, atribuíram o sucesso
da sua estratégia de marketing de conteúdo ao valor que o conteúdo
oferece aos consumidores. Portanto, o foco está na qualidade da produção.
Tanto as pessoas quanto o Google gostam de textos confiáveis, que trazem informações corretas e atualizadas, que se baseiam na realidade que os dados revelam. Por isso, a etapa de pesquisa e planejamento dos conteúdos vai ganhar ainda mais importância no próximo ano.
4. Custo-benefício de marketing de conteúdo e SEO
A pandemia trouxe uma série de desafios
financeiros. Para as empresas e os consumidores, era hora de conter gastos
diante de um cenário tão incerto.
Embora o consumo já tenha melhorado, principalmente
nas compras online, o ambiente econômico no Brasil segue desfavorável, com o
dólar e a inflação em patamares altos. A realização de eleições em 2022 tende a
trazer ainda mais instabilidade política e econômica.
Por isso, o marketing também precisa ficar
de olho na economia, na alta dos preços e nos hábitos de consumo dos
brasileiros, que afetam o caixa das empresas. Em 2022, esse cenário pode afetar
os investimentos em marketing e publicidade.
Por isso, marketing de conteúdo e SEO tendem a ser estratégias
privilegiadas no orçamento das empresas.
Afinal, não exigem investimento direto em mídia e trazem
resultados consistentes no médio e longo prazo.
A produção de conteúdo e a otimização de
páginas são estratégias orgânicas com alto poder de retorno sobre investimento.
Não é por acaso que a pesquisa do Content Marketing Institute mostra que os negócios tendem a investir mais nessas estratégias. Segundo o relatório, 75% das empresas B2B mais bem sucedidas esperam que o orçamento de marketing de conteúdo aumente em relação a 2021.
5. Mudanças no streaming de vídeo
Alguns anos atrás, as tendências de marketing
digital apontavam para a força dos vídeos na internet. Essa tendência não só se
consolidou nos sites, blogs e redes sociais, mas também trouxe novos formatos
que tendem a se fortalecer e se tornar mais complexos no futuro.
O mercado de streaming de vídeo mostra isso
atualmente. Um estudo da Kantar mostrou que mais da metade dos usuários
de internet usaram serviços de TV por assinatura ou streaming de
vídeo “na última semana”. Entre eles, 65% assistiram a duas horas ou mais de
conteúdo pago diariamente.
Porém, esse mercado está cada vez mais complexo. Se antes a Netflix dominava, hoje já concorre com serviços como HBO Go, Disney+, Globoplay e Apple TV+. Antonio Wanderley, CEO da Kantar/LatAm, afirma que a presença de vários players pode ser positiva, mas também paralisar os consumidores com tantas opções — o que chamamos de “paradoxo da escolha”.
Dessa forma, o modelo de assinaturas avulsas pode ser colocado em xeque. Isso pode levar a novos formatos de parcerias comerciais e publicidade nas plataformas, até mesmo a união de players de streaming oferecendo promoções e pacotes em conjunto.
Ainda no formato de streaming, outra tendência importante é o
Live Streaming, ou seja, a transmissão ao vivo de conteúdos, sem
necessidade de fazer download de dados. Com esse recurso, as marcas podem fazer
transmissões online de eventos — inclusive no modelo híbrido, como falamos antes.
Além disso, o próximo ano tende a trazer ainda mais
transmissões de Live Commerce, que
se popularizou durante da pandemia e foi bastante usada em 2021.
A Black Friday 2021, por exemplo, teve diversas marcas utilizando o Live Commerce, com artistas e influenciadores famosos para promover as vendas.